“Por isso pedimos perdão a Deus e aos irmãos separados,
assim como também nós perdoamos aos que nos têm ofendido”
(Unitatis Redintegratio,7)
Para nós cristãos, na chegada da Semana Santa, onde é comum a exibição de filmes sobre a vida de Jesus Cristo e a sua Paixão, nos comove e emociona os suplícios, dores e tormentos do Filho de Deus. Não há no mundo algo tão impactante quanto a flagelação, caminho ao Monte Calvário (com suas quedas), a crucificação e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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Cristo ainda é flagelado. As mãos do soldado romano ainda ferem o corpo de Nosso Senhor. Se não bastasse os ferimentos ‘externos’ do corpo de Cristo, ousamos nós, abrir dentro da própria Igreja – que é o Corpo de Cristo- nova chagas, estas chagas não foram abertas por pagãos e seus instrumentos de tortura. Essas chagas foram abertas por nós mesmos, cristãos batizados, que pela não vivência do Batismo e ideologias pessoais afastamos nossos irmãos menos enraizados na fé e promovemos a divisão dentro da própria Igreja.
Não podemos mais permitir que Jesus Cristo, Nosso Redentor, seja mais e mais mutilado. É hora de voltarmos nossos olhos para os primeiros cristãos.
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Giorgio Vasari, Martirio de Santo Estevão, 1571 |
Olhemos aqueles que morreram por Cristo e pela Igreja. Homens e mulheres de todas as idades e classes sociais. Olhemos nossos pais na fé: São Policarpo na fogueira, Santo Inácio de Antioquia morto no Coliseu por leões, São Basílio que foi totalmente descarnado, Santo Estevão que foi apedrejado... e muitos outros que receberam a coroa do martírio. Esse nossos irmãos tiveram seus corpos destruídos, mas com sua fidelidade e fé não desferiram um só golpe ao Corpo de Cristo.
Se o maior mandamento de Deus é o amor (Mt 22,36-40), como o podemos cumprir se não estamos unidos? Santo Afonso Maria de Ligório é contundente: “O amor exige união”. Há muitos fatores que levam a desunião dos cristãos. Sem dúvida a ação diabólica é um deles, porém, não é totalmente responsável. Se hoje há tanta divisão, isso se deve a cristãos que não viveram ou não vivem os compromissos de seu Batismo e vocação. Santo Agostinho também nos lembra que “a partir das próprias obras canônicas – nas quais tudo foi dito com maior a maior sabedoria – muitos desenvolveram doutrinas perigosas, quebrando a unidade da nossa fé”.
Para essas “ovelhas desgarradas” Cristo chama pastores, para trazê-las junto a Ele que é o Bom Pastor. O Bom Pastor mesmo sendo ferido por seu próprio rebanho doa sua vida por Ele (Jo 10,11).
A Igreja necessita de jovens que aceitem com a santidade de sua vida reconstituir o Corpo de Cristo e os seus membros. É a vós caríssimos irmãos e irmãs, que eventualmente estejam lendo este texto, e estejam afastados da Igreja, que convido a buscar aquilo que o Santo Padre deseja para este Ano da Fé, que aprofundemo-nos nas coisas de Deus e da Igreja.(Porta fidei,8). Basta de cristãos sem fé e desunidos! É hora de conversão.
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A preocupação de realizar a união diz respeito à Igreja inteira, fiéis e pastores. Mas é preciso também ter consciência que esse ministério sagrado, a reconciliação de todos os cristãos na unidade de um só e única Igreja de Cristo, ultrapassa as forças e as capacidades humanas. Por isso depositamos toda a nossa esperança na oração de Cristo pela Igreja no amor do Pai por todos nós e no poder do Espírito Santo (CIC 822).
Seminarista Bruno de Jesus Roberto
Seminário Propedêutico São José - Londrina
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