Dia 10 de Dezembro é o Dia dos Direitos Humanos. Estes direitos se fundamentam na dignidade da pessoa humana e têm sua raiz em Deus que criou o homem e a mulher a sua imagem e semelhança.
O respeito, prática dos direitos humanos, é a condição indispensável para a construção da paz, a defesa da vida, a promoção humana, a vivência da justiça, da solidariedade e da fraternidade. Os direitos devem ser tutelados porque promovem o progresso moral da humanidade e satisfazem as necessidades básicas e essenciais da pessoa em todas as fases de sua vida.
Temos ainda um longo caminho a percorrer até que todos os direitos sejam respeitados e efetivados. A fé cristã tem muito a contribuir com os direitos humanos a partir da encarnação e da ressurreição de Jesus. No seu primeiro discurso na Sinagoga de Nazaré, Jesus focou os direitos humanos como parte integrante da evangelização. Ele se refere à libertação dos cativos, à cura dos cegos, à boa nova para os pobres, ao ano da Graça. Jesus, o filho de Deus, se identifica como aquele que faz os coxos andar, os surdos ouvir, os cegos enxergar, os mudos falar, os leprosos ser curados.
Por defender os direitos humanos, Jesus é criticado, combatido, rejeitado. Uns chamam-no de endemoniado, outros de subversivo, outros de blasfemo. Para Jesus, o sábado é para o homem, o primado é da justiça, da caridade, do bem. Jesus é o profeta dos direitos humanos e passa a ser visto como perigoso. Ele que é o Príncipe da paz. Fiel ao Pai e sempre tutelando os direitos, Jesus corrige os desvios da religião e da política. Sua lógica é a do servo, do menor, do último, do servidor.
Já o profeta Isaías falava de um menino que será rei e a base de seu trono é o direito e a justiça (Is 9,5). O pobre, o doente, o pequeno encontram em Jesus a sua defesa e promoção. Isaías descreve o novo reino como reino da paz onde o lobo e ovelha, leão e cabrito, leopardo e bezerro vivem juntos. Desde sempre Deus manifestou especial cuidado com o órfão, a viúva, o pobre, o estrangeiro. Como vemos os direitos humanos são amplamente defendidos sob a luz do amor do Deus da vida.
Em nossos dias o direito de nascer está ameaçado e o direito à liberdade religiosa não é suficientemente reconhecido. Na encíclica ''Pacem in Terris'', o Papa João 23 consagrou especial atenção aos direitos humanos e Bento 16 lamenta a distorção destes direitos em nossos dias, principalmente na questão do Estado laico que é mal compreendida, há quem defenda até o direito dos animais, banalizando, porém, a vida humana.
Somos todos irmãos, temos a mesma igualdade de dignidade. Jesus elevou ainda mais nossa comum dignidade fazendo de nós filhos e filhas de Deus. Toda violação dos direitos contradiz o plano de Deus. A doutrina social da Igreja está fundamentada nos direitos humanos. Daí a urgência de superar a fome, a violência, a depredação do meio ambiente, a corrupção, a discriminação.
Os direitos humanos são suporte e expressão da democracia, condição para a paz duradoura. Tão necessários e fundamentais são os direitos que eles são ''universais, inalienáveis, invioláveis''. Ultimamente no Brasil os direitos foram obscurecidos por interpretações ideológicas e manipulação de grupos. Vem aí a ''lei da palmada'' que interfere no direito da família. Não esqueçamos os direitos de Deus e os nossos deveres de cidadãos.
DOM ORLANDO BRANDES
Arcebispo de Londrina
O respeito, prática dos direitos humanos, é a condição indispensável para a construção da paz, a defesa da vida, a promoção humana, a vivência da justiça, da solidariedade e da fraternidade. Os direitos devem ser tutelados porque promovem o progresso moral da humanidade e satisfazem as necessidades básicas e essenciais da pessoa em todas as fases de sua vida.
Temos ainda um longo caminho a percorrer até que todos os direitos sejam respeitados e efetivados. A fé cristã tem muito a contribuir com os direitos humanos a partir da encarnação e da ressurreição de Jesus. No seu primeiro discurso na Sinagoga de Nazaré, Jesus focou os direitos humanos como parte integrante da evangelização. Ele se refere à libertação dos cativos, à cura dos cegos, à boa nova para os pobres, ao ano da Graça. Jesus, o filho de Deus, se identifica como aquele que faz os coxos andar, os surdos ouvir, os cegos enxergar, os mudos falar, os leprosos ser curados.
Por defender os direitos humanos, Jesus é criticado, combatido, rejeitado. Uns chamam-no de endemoniado, outros de subversivo, outros de blasfemo. Para Jesus, o sábado é para o homem, o primado é da justiça, da caridade, do bem. Jesus é o profeta dos direitos humanos e passa a ser visto como perigoso. Ele que é o Príncipe da paz. Fiel ao Pai e sempre tutelando os direitos, Jesus corrige os desvios da religião e da política. Sua lógica é a do servo, do menor, do último, do servidor.
Já o profeta Isaías falava de um menino que será rei e a base de seu trono é o direito e a justiça (Is 9,5). O pobre, o doente, o pequeno encontram em Jesus a sua defesa e promoção. Isaías descreve o novo reino como reino da paz onde o lobo e ovelha, leão e cabrito, leopardo e bezerro vivem juntos. Desde sempre Deus manifestou especial cuidado com o órfão, a viúva, o pobre, o estrangeiro. Como vemos os direitos humanos são amplamente defendidos sob a luz do amor do Deus da vida.
Em nossos dias o direito de nascer está ameaçado e o direito à liberdade religiosa não é suficientemente reconhecido. Na encíclica ''Pacem in Terris'', o Papa João 23 consagrou especial atenção aos direitos humanos e Bento 16 lamenta a distorção destes direitos em nossos dias, principalmente na questão do Estado laico que é mal compreendida, há quem defenda até o direito dos animais, banalizando, porém, a vida humana.
Somos todos irmãos, temos a mesma igualdade de dignidade. Jesus elevou ainda mais nossa comum dignidade fazendo de nós filhos e filhas de Deus. Toda violação dos direitos contradiz o plano de Deus. A doutrina social da Igreja está fundamentada nos direitos humanos. Daí a urgência de superar a fome, a violência, a depredação do meio ambiente, a corrupção, a discriminação.
Os direitos humanos são suporte e expressão da democracia, condição para a paz duradoura. Tão necessários e fundamentais são os direitos que eles são ''universais, inalienáveis, invioláveis''. Ultimamente no Brasil os direitos foram obscurecidos por interpretações ideológicas e manipulação de grupos. Vem aí a ''lei da palmada'' que interfere no direito da família. Não esqueçamos os direitos de Deus e os nossos deveres de cidadãos.
DOM ORLANDO BRANDES
Arcebispo de Londrina
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